14.1.13

O DESEJO DE DEUS


Continuando a nossa reflexão sobre o ano da Fé, nosso amado Papa nos lembra de que: o homem leva consigo um desejo de Deus. O Catecismo da Igreja Católica inicia com essas palavras: Desejar a Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem a Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que não se cansa de procurar.

Esta afirmação, que para nós parece ser óbvia, nos diz o Papa, não é bem aceita na cultura do nosso tempo. Com efeito, muitos poderiam dizer que não sentem desejo de Deus.

Na realidade, esse «desejo de Deus» não desapareceu, mas ao contrário se apresenta ainda hoje, de muitas formas, ao coração do homem.

Observamos que os desejos humanos tende sempre para determinados bens materiais, carros, roupas, viagens, dinheiro, prazer. Muitas vezes tudo menos que bens espirituais.

Nesse momento o Papa nos pergunta: Diante de tantos desejos, e buscas, o que realmente irá saciar o coração humano?

Através do amor, nos diz nosso amado Papa, o homem e a mulher experimentam de maneira nova, um graças ao outro, a grandeza e a beleza da vida e do real: - Se o que experimento não é uma simples ilusão; - Se realmente quero o bem do outro como caminho também para o meu bem;

Então devo estar disposto a sair de mim, a me pôr ao seu serviço, até à renúncia de mim mesmo. Simplesmente porque quem ama, se sente feliz em fazer o bem ao amado.

Mas isso não é automático, é descoberta, essa experiência de amor verdadeiro, nos alerta o Papa, se alcança através da cura do querer, exigida pelo próprio bem que se quer ao outro. Devemos exercitar-nos, treinar-nos, até corrigir-nos.

Observa o Papa que: a experiência humana do amor tem em si primeiro uma força que nos faz sair de nosso egoísmo e nos doar à pessoa amada, simplesmente porque a amamos e segundo nos leva a sermos melhores, evoluirmos, nos aprimorarmos, para podar amar melhor a pessoa amada, e ainda que fazendo isso nos sentimos bem, nos sentimos felizes e estamos dispostos a fazer sacrifícios para que essa experiência dure para sempre.

Assim também é com a amizade, a experiência do belo, o amor pelo conhecimento, o amor pelo esporte, e tantas outras experiências humanas.

Mas nos adverte o Papa que: cada desejo que se apresenta ao coração humano provem de um desejo mais profundo, um desejo que é a origem de todos os desejos. Desejo que nunca é plenamente saciado. Sem dúvida, deste desejo profundo, que compreendemos pela fé é o Desejo de Deus.

A pessoa humana, conhece bem o que não o sacia, mas não pode imaginar o que lhe faria experimentar aquela felicidade da qual seu coração está cheio de saudade. Porque não se pode conhecer Deus só a partir do desejo do homem. Por isso nos afirma Santo Agostinho que é um «mendigo de Deus».

Por isso o Papa propõe uma pedagogia dos desejos, como caminho para os homens e mulheres de nossa época redescobrir a fé e assim encontrar a verdadeira alegria da vida.

Em primeiro lugar, voltar a aprender o gosto pelas alegrias autênticas da vida, em todos os âmbitos da existência — a família, a amizade, a solidariedade com quem sofre, a renúncia ao próprio eu para servir o próximo, o amor ao conhecimento, à arte, às belezas da natureza — tudo isto significa exercer o gosto interior e produzir anticorpos eficazes contra a banalização e o nivelamento hoje difundidos. Também os adultos precisam de redescobrir estas alegrias, de desejar realidades autênticas, purificando-se da mediocridade na qual podem encontrar-se envolvidos, tipo, BBB, Novelas, toda essa cultura das relações descartáveis, baseadas nos materialismo.

Assim será mais fácil rejeitar tudo o que é aparentemente atraente, tentador e fará sobressair o desejo de Deus.

Outro aspecto, lembrado pelo Papa é nunca se contentar com aquilo que se alcançou. Devemos sempre querer um bem maior.

Assim aprenderemos a seguir sempre enfrente e não desanimarmos pelos obstáculos que provêm do nosso pecado.

O Papa não que esqueçamos que: mesmo no abismo do pecado não se apaga no homem aquela centelha que lhe permite reconhecer o verdadeiro bem, saboreá-lo, e assim iniciar um percurso de subida, no qual Deus, com o dom da sua graça, nunca deixa faltar a sua ajuda. De resto, todos temos necessidade de percorrer um caminho de purificação e de cura do desejo. Somos peregrinos rumo à pátria celeste.

Irmãos rezemos, neste Ano da fé, para que Deus mostre o seu rosto a quantos o procuram com coração sincero. Amém?

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