17.1.13

COMO FALAR DE DEUS?


Nosso amado Papa nos coloca uma questão bastante difícil: como falar de Deus no nosso tempo? Como comunicar o Evangelho, para abrir caminhos aos corações muitas vezes fechados de nossos irmãos e nas suas mentes por vezes distraídas pelas numerosas propostas do nosso tempo?

O próprio Jesus, nos lembra o Papa, ao anunciar o Reino de Deus, interrogou-se acerca disto: A que compararemos o Reino de Deus?

Como falar de Deus hoje? A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou conosco. Portanto, a primeira condição para falar de Deus é a escuta daquilo que o próprio Deus disse.

Deus falou conosco! Por conseguinte, Deus não é distante de nós. Deus interessa-se por nós, ama-nos, entrou pessoalmente em Jesus na nossa história e comunicou-se a si mesmo a ponto de se encarnando no ventre de Maria.

Deus é uma realidade da nossa vida, é tão grande que tem tempo também para nós, preocupa-se conosco. Em Jesus de Nazaré nós encontramos o rosto de Deus, que desceu do Céu para ensinar o caminho da felicidade; para nos libertar do pecado e para nos tornar filhos de Deus.

Falar de Deus quer dizer, antes de tudo, ter bem claro o que devemos levar aos homens e às mulheres do nosso tempo: não um Deus abstrato, uma hipótese, mas um Deus concreto, um Deus que entrou na história e está presente em nossa vida.

Por isso, falar de Deus exige uma familiaridade Ele e com o seu Evangelho, supõe um nosso conhecimento pessoal de Deus. Como poderemos levar Deus aos outros se não o buscamos primeiro para nós?

Além disso, nos lembra nosso amado Papa que: não devemos procurar pelo sucesso, mas seguindo o método do próprio Deus, que é a humildade, nascendo na pobre gruta de Belém, vivendo na simples casa de Nazaré.

O Papa pede que acreditemos na humildade dos pequenos passos que quando perseverantes percorrem grande distância, assim como o a pequena porção de fermento que se mistura com a massa e que, lentamente, a faz crescer. Nosso amado Papa está nos pedindo que: recuperemos a simplicidade para falar de Deus. Pede um retorno ao essencial: - Deus que se interessa por nós, - Deus é Amor, - Deus vem a nós em Jesus Cristo, - Deus nos ama o ponto de morrer por nós na Cruz, - Deus nos oferece a vida eterna.

O apóstolo Paulo oferece-nos uma lição na Primeira Carta aos Coríntios: Também eu, quando fui ter convosco, irmãos, não fui com o prestígio da eloquência nem da sabedoria, anunciar-vos o testemunho de Deus. Julguei não dever saber coisa alguma entre vós, senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado.

Paulo não fala de uma filosofia por ele desenvolvida, não fala de ideias que encontrou, fábulas que inventou, mas fala de uma realidade da sua vida, fala do Deus que entrou na sua vida, fala de um Deus real que vive, falou com Ele e falará conosco, fala do Cristo crucificado e ressuscitado.

Depois Paulo não se procura com sigo mesmo, não quer criar para si um grupo de admiradores, não quer entrar na história como chefe de uma escola de grandes conhecimentos. São Paulo anuncia Cristo e deseja conquistar as pessoas para o Deus.

Assim o Papa nos chama a atenção de que: falar de Deus nascer da escuta, do nosso conhecimento de Deus que se realiza na vida da oração e na obediência aos seus Mandamentos.

Lembremos como o próprio Jesus se comunicava, nos diz o Papa: Jesus fala do seu Pai — Abbá — papaizinho - com o olhar cheio de compaixão pelos necessitados.

O essencial do anúncio de Jesus é que a nossa vida tem valor para Deus. Jesus demonstra que Deus está presente nas histórias quotidianas da nossa vida. Quer nas parábolas da natureza, o grão de mostarda, o campo com diversas sementes. Ainda a parábola do filho pródigo, de Lázaro e noutras parábolas de Jesus.

Dos Evangelhos nós vemos como Jesus se interessa por cada situação humana que Ele encontra, se envolve na realidade dos homens e das mulheres do seu tempo, com uma confiança plena na ajuda do Pai.

Jesus deixa claro nos diz o Papa: que realmente na nossa história, Deus está presente e, se prestarmos atenção, podemos encontrá-lo.

Jesus age e ensina, começando sempre a partir de uma relação íntima com Deus Pai. Este estilo torna-se uma indicação para nós, cristãos: o nosso modo de viver na fé e na caridade torna-se um falar de Deus no presente, porque mostra credibilidade, o realismo daquilo que dizemos com palavras, que não são apenas palavras.

Portanto, falar de Deus quer dizer fazer compreender com a palavra e com a vida que Deus não é, o protetor da pessoa humana. Assim voltamos ao início: falar de Deus é comunicar, com força e simplicidade, com a palavra e a vida, aquilo que é essencial: Deus é Amor. Amém?

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