13.1.13

A FÉ DA IGREJA


Prosseguimos no nosso caminho de meditação sobre a fé católica. Ontem ouvimos que a fé é um dom, porque é Deus que toma a iniciativa e vem até nós; e também que a fé é uma resposta com a qual nós O acolhemos como fundamento da nossa vida. É um dom que transforma tudo em nós e transforma tudo para nós, porque nos abre ao amor a Deus e aos irmãos.

Querido irmãos nosso amado Papa nos lembra de que a fé é um ato pessoal, que se realiza no íntimo do nosso ser, e marca uma mudança que chamamos de conversão.

Lembra ainda que: na renovação das promessas do Batismo, são feitas três perguntas:

- Credes em Deus Todo-Poderoso?

- Credes em Jesus Cristo seu único Filho?

- Credes no Espírito Santo?

Nesse momento damos a nossa resposta no singular: «Creio».

Mas este meu crer não é o resultado de uma minha reflexão solitária, não cheguei a essa fé apenas através de meu pensamento. Pelo contrário, a fé que professo recebi de alguém que acreditou antes de mim, e que me transmitiu essa fé por palavras e exemplos.

Crer é se descobrir unido a Jesus sim, mas também a todos os que caminham na mesma senda. Não podemos construir nossa fé pessoal num diálogo privado com Jesus, porque a fé me é doada por Deus através duma comunidade que é a Igreja.

O Papa Bento XVI é firme em afirmar que: a nossa fé só é pessoal, se for também comunitária. A busca de Deus que de fecha sobre si mesma não autêntica, não tem consistência, nem mesmo é saudável.

Aos domingos, durante a Santa Missa, recitando o «Creio», nós expressamo-nos em primeira pessoa, mas fazemos comunitariamente.

O «Creio» pronunciado no singular se une ao de um imenso coro, que se espalha em todos os tempos e lugares onde a Igreja se faz presente, onde a vós de cada um de nós contribui em diferentes tons, mas afinados na fé.

O Catecismo da Igreja Católica resume de modo claro: «“Crer” é um acto eclesial. A fé da Igreja precede, gera, apoia e nutre a nossa fé. A Igreja é a Mãe de todos os crentes.

Ninguém pode dizer que tem Deus como Pai se não tiver a Igreja como Mãe.

Nosso amado Papa nessas palavras nos recorda que: a fé nasce na Igreja, conduz para ela e vive nela.

O Papa lembra a pregação de Pedro logo após o pentecostes, quando mais de 3000 pessoas pediram o Batismo para nos dizer que: desde os primóridos a Igreja é o lugar da fé, da transmissão da fé.

É na Igreja que recebemos o Batismo, que nos introduz na comunhão com o Deus e com os outros irmãos e irmãs de fé, com o Corpo de Cristo que é a Igreja.

Deus não quis nos salvar individualmente, mas quis constituir um povo, que O reconhecesse na verdade e O servisse fielmente.

Mencionando ainda a Liturgia do Batismo, nos lembra o Papa que, na conclusão das promessas, o celebrante declara: «Esta é a nossa fé, esta é a fé da Igreja que nos gloriamos de professar em Jesus Cristo nosso Senhor».

Há uma corrente ininterrupta de vida na Igreja, que chega até nós e à qual chamamos Tradição. Ela dá-nos a garantia de que cremos na mensagem originária de Cristo, transmitida pelos Apóstolos.

Da Cruz redentora do Senhor brota todo o patrimônio da fé. Capital Inesgotável de Graça. Que o Senhor confiou a sua Igreja, e que ela conserva com zelo, guarda com sua vida, tramite as gerações futuras e distribui generosamente ao mundo, pela pregação da Palavra, pelos Sacramentos e pela caridade. E assim continuará fazendo até o fim dos tempos.

Assim a Igreja na sua doutrina, na sua vida e no seu culto transmite a todas as gerações tudo o que ela é, tudo o que ela acredita. Enfim, lembra o Papa que é na comunidade que a fé pessoal cresce e amadurece. E ainda como afirmava o Beato João Paulo II: é dando a fé que ela se fortalece!

Portanto, a tendência hoje difundida a relegar a fé na esfera do privado contradiz a sua própria natureza. Precisamos de uma Igreja para confirmar a nossa fé e fazer experiência dos dons de Deus: a sua Palavra, os Sacramentos, o apoio da graça e o testemunho do amor.

A experiência da comunhão com Deus, que funda a comunhão entre os homens. Num mundo no qual o individualismo parece regular as relações entre as pessoas, tornando-as cada vez mais frágeis, a fé chama-nos a ser Povo de Deus, a ser Igreja, portadores do amor e da comunhão de Deus por todo o género humano. Amém?

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